Subo ao cesto da gávea
deste barco que sou eu
baloiço ao sabor das vagas
deste mar feito de mágoas
que a minha vida me deu.
Nada vejo que seja fonte
de prazer ou bom augúrio
nada há no horizonte
lugar feliz que se aponte
nem um grito nem murmúrio.
Desisto de ser gajeiro
volto ao convés,
ao coração,
desço (as) velas
por inteiro
o leme sem timoneiro
(e) olho o fim
sem ilusão.
Este meu mar é
fatal
tem um penhasco
no fim
onde se despenha
afinal
todo o bem e todo
o mal
e o nada que
resta de mim.
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