É bom saber que estás por perto
embora das tuas mãos não brotem gestos solares
nem da tua boca surjam rumores de mel.
Mas é bom olhar e sentir que estás
porque a tua ausência seria a amargura nos dias
e as noites um túnel de insónia.
Por mais que te sinta transparente
não posso esquecer o tempo
em que dávamos de comer à ave dos sonhos.
E que da nossa árvore brotou seiva,
que nasceram risos e cairam lágrimas
e se levantaram manhãs que nos justificaram.
Por mais que pressinta o desentrelaçar dos nossos ramos
eu sei que seguiremos sempre resguardando os frutos
até que a árvore se consuma.
(Recuperado do Blogue Vermelho Cor de Alface)
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