quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Das dunas

Recolho uma joaninha nos chorões das dunas.
Vermelha e negra.
Frágil. Muito frágil.
E recordo imagens e tempos.
Também existem dunas no tempo e chorões que as mantêm
e fazem frente ao vento e às vagas
que nos marcam os dias.
Dias, muitos, passados a olhar o mar,
a imensidão até ao horizonte que nos escapa,
permanentemente.

E a joaninha percorre os meus dedos num redopiar sem fim.
Cansada do labirinto do jogo
abre as asas e parte e não consigo segui-la com o olhar
de tão pequena e frágil que se mistura com a natureza sem deixar rasto.
Ao contrário de mim a joaninha não tem recordações
nem pensa voltar ao meu labirinto.

3 comentários:

Ana Paula Fitas disse...

Maravilha, João Olhos no Mar💝 Parabéns 🍀 A Joaninha é o lado livre do Poeta contemplativo 🌹🌺🌹 Todos os poetas têm uma joaninha... Sob pena de o não serem! Porque a Poesia é a dinâmica da relação com o Mundo e garante a liberdade de distanciamento que nos permite não só vê-lo mas pensá-lo🙏😘

Miguel Gomes Coelho disse...

Teste.

Miguel Gomes Coelho disse...

Obrigado, Ana Paula.
Que bom voltar a ouvir a sua crítica.
Beijinho.